Bruna e Gaetano, membros do
Comando de Greve da Unesp-Marília
Nossa maior vitória não foi financeira. Aprendemos muito com essa greve,
nos tornamos protagonistas de nossa luta e responsáveis diretos pela vitória.
Vencemos o medo do corte de ponto que nos assombrava desde a greve de 2013.
Entendemos o papel que cada um tem na construção da greve, paramos de
terceirizar nossa luta, construímos a mobilização com nossas próprias mãos,
através dos Comandos de Greve.
Na UNESP, o obstáculo de estarmos divididos em 24 cidades transformou-se
em arma a nosso favor. Organizados estadualmente, a partir de representantes da
base dos trabalhadores (Comissão Estadual de Mobilização), construímos atos
simultâneos em diversas cidades. Mostramos nossa unidade, nos fortalecemos e
aprendemos com os exemplos dos companheiros das demais unidades e também da Usp
e da Unicamp. Estudamos, observamos e deixamos de ser passivos, avançamos em
nossos métodos de luta: construímos trancaços, passeatas, doações de sangue,
muitas panfletagens, cartazes e outras intervenções visuais. A greve ficou com
a nossa cara!
A aproximação com os estudantes foi fundamental, além de trocarmos
experiências e conhecermos mais a fundo suas pautas, pudemos nos fortalecer por
estarmos lutando sempre juntos. Amadurecemos tanto que percebemos que as
vitórias da USP, dos garis e de qualquer categoria, também é uma vitória nossa!
Nossa luta é uma só! Vimos que é fundamental apoiar outras greves, mesmo que
seja apenas com uma foto.
Antes esperávamos que o Sindicato trabalhasse e decidisse por nós, hoje
aprendemos que a greve somos nós que fazemos e que nossos representantes
sindicais devem seguir o que as assembleias de base aprovam. Aprendemos a
acreditar nas nossas forças, e isso foi fundamental para que resistíssemos até
o fim. Trabalhamos muito para alcançar a vitória, por isso, dessa vez, ela teve
um sabor especial!
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