Não
marchamos nos dias 13 e 15 de março, nem com a direita, nem em defesa do
governo! Por uma alternativa dos trabalhadores, independente de ambos! Pela
construção de um dia nacional de paralisações!
Por todo
o país estão sendo organizados atos pelo impeachment de Dilma para o próximo
dia 15. A CUT e movimentos sociais, em resposta a essa convocatória, está
chamando manifestações para o dia 13 em defesa da Petrobrás, dos direitos e
pela reforma política. Onde devem estar os trabalhadores e os setores
populares? Na luta por seus direitos e pelo emprego, nem no dia 13 e nem no dia
15. Vejamos.
Muitos trabalhadores
e amplos setores populares votaram em Dilma a partir do discurso eleitoral de
defesa dos direitos trabalhistas e sociais, a esperança não era avançar, mas
manter os direitos. Não foi o que aconteceu, Dilma e o PT atacaram os direitos
trabalhistas e previdenciários com as MP’s 664 e 665.
E não
para por aí, cortes e ajustes por todos os lados, só na educação o corte é de 7
bilhões, justamente no governo da “pátria educadora”. E a promessa do governo é
apenas uma: é preciso ajustar mais.
Mas e o
PSDB? Em São Paulo está cortando
verbas de todos os setores, fechando salas de aula, aumentando tarifas. No Paraná,
está atacando a aposentadoria dos servidores públicos, atrasando salário dos
professores, aumentando impostos. Ameaça com o impeachment de Dilma
aproveitando o descontentamento social, para aplicar as mesmas medidas de
ajustes e de cortes de direitos. Junto com eles estão os que defendem um golpe
militar!
Sem contar o PMDB, que na vice
presidência, na presidência da Câmara e do Senado, estão na base aliada do PT,
mas de mãos livres para transitar para a oposição caso a crise se aprofunde e o
descontentamento social aumente. O PMDB é sempre governo, mesmo que necessário
for derrubar o governo aliado de hoje para ser governo da oposição amanhã.
Em resumo tanto governo quanto oposição
apontam a saída da recessão e da crise atacando os trabalhadores para
defenderem seus interesses e seus lucros empresariais. Isso é o que representam
os atos do dia 13 e do dia 15 de março. Nós trabalhadores, não temos qualquer
representação nos interesses levantados nestas manifestações.
Qual
o nosso lugar? Na greve do Paraná!
Devemos
sim lutar contra esse governo, mas a direita também quer impor a retirada de
direitos, as demissões, a piora nas nossas condições de vida e a corrupção.
Somente a organização dos trabalhadores, com independência de classe, pode
construir uma alternativa contra tudo isso!
Os
professores e professoras do Paraná tem se mostrado um grande exemplo para os
trabalhadores de todo o país ao enfrentar os ataques do governo de Beto Richa
do PSDB. Com greve massiva nos locais de trabalho, manifestações grandiosas e
acampamento permanente em frente ao palácio do governo, esta luta tem
construído o lugar dos trabalhadores nesta polarização nacional: na greve, na
luta por seus direitos.
Mas se a
CUT e outras centrais sindicais estão chamando manifestações em defesa dos
direitos dos trabalhadores, por que não estão chamando os trabalhadores a
fazerem como no Paraná? A CUT não pode chamar sequer a nacionalização da luta
do Paraná em defesa da educação, pois a situação poderia sair do seu completo
controle e atingiria o seu governo, de Dilma e do PT. Vencer Beto Richa
colocaria uma derrota ao PSDB, mas nacionalizar a luta colocaria uma derrota à
Dilma, e a CUT não quer isso.
Organizar os trabalhadores contra os
ajustes e pela defesa do emprego
É tempo
de organizar uma luta nacional contra os ajustes, em defesa do emprego e pelas
demandas populares – água, energia, educação, saúde e transportes. A
CSP-Conlutas está chamando um dia nacional de lutas para esta sexta-feira, 6 de
março, se unificando com o dia de luta que as entidades sindicais das
universidades federais estão convocando. Estaremos marchando juntos neste dia 6
de março, por uma saída dos trabalhadores e não do governo e da oposição de
direita. Em São Paulo, participaremos junto aos trabalhadores da USP do ato
convocado pelo SINTUSP.
Mas é
apenas um primeiro passo, é insuficiente e precisamos ir além. Desde o
Movimento Nossa Classe acreditamos na necessidade de construir imediatamente
encontro e assembleias nacionais e regionais de trabalhadores, com
independência de classe e dos governos, para nacionalizar o exemplo da greve do
Paraná, construir uma grande paralisação nacional, com greves por setores e que
sirva para construir uma greve geral no país contra os ajustes dos governos
federal e estaduais, em defesa do emprego e por nossas demandas. Como está no
chamado da CSP-Conlutas para o dia 6
“A CSP-Conlutas defende que é hora de
começar a preparar uma grande greve geral no país com as diversas centrais
sindicais e entidades que representam os trabalhadores, os movimentos
populares, os que lutam contra as opressões e a juventude. É preciso juntar a
todos! É importante construir essa luta em torno de uma plataforma unificada
contra o ajuste fiscal e as reformas dos governos federal, estaduais e municipais.
Isso se traduz na luta pela revogação das MPs 664 e 665, pelo arquivamento do
PL 4330 das terceirizações, pelo fim das demissões e pela redução da jornada de
trabalho sem redução de salários, em defesa da Petrobrás 100% Estatal e a
exigência de punição, confisco dos bens e prisão de todos os corruptos e
corruptores, desde o governo FHC, contra os cortes no orçamento das verbas
destinadas às áreas sociais e pela suspensão do pagamento da dívida pública aos
banqueiros.”
Defendemos estas pautas na construção de
uma luta nacional dos trabalhadores.