sábado, 13 de setembro de 2014

Campanha Salarial Correios: o momento é de greve! Relato da Assembléia do dia 10/09/2014



B. Carteiro de São Paulo

Ontem assisti à ultima assembleia da SINDECT-SP realizada no CTMC Clube. A casa estava cheia. Assembleia lotada. Se via carteiros de todos os cantos de São Paulo e claramente categoria estava com muita disposição. Nada muito difícil de se imaginar vindo de uma categoria com histórico de grandes lutas, em péssimas condições de trabalho e que assistiu nesse ano a histórica greve dos garis (com reajuste de 37%), a greve dos rodoviários do Sul, estão assistindo a greve de quase quatro meses dos trabalhadores da USP e também (apesar das demissões) a greve dos metroviários.

O discurso da direção do sindicato chamava todos a ação caso a empresa não desse uma proposta maior. Muitos se empolgavam com a cena. Quando perguntavam o que deveria ser feito, a resposta da massa de carteiros era bem clara: GREVE!!!! Após tantos ataques, como a criação do correiosPAR (ver nota  http://movimentonossaclasse.blogspot.com.br/2014/09/correiospar-um-novo-ataque-aos.html) , a terceirização, o PostalSaude, as péssimas condições de trabalho, a não abertura de concurso publico e o assedio moral chegou o momentos de irmos a luta. Não podemos mais aceitar tudo isso de cabeça baixa. É dever de todo ecetista que se inflamou com a energia dos carteiros na ultima assembleia paralisar a si e a seus colegas de trabalho.

Como disse, o clima ontem era contagiante. Se alguém de fora visse a postura dos diretores se confundiria e pensaria que se tratava de uma direção realmente combativa. Porem, quem não pode se confundir de jeito nenhum são os ectistas. Para tirar a confusão é preciso, para começar, resgatar na memoria a greve do ano passado onde o sindicato manobrou e com isso enterrou a greve em 2 dias, isolando SP da greve nacional que durou 21 dias. Além disso, a diretoria é do PCdoB, partido com rabo preso com o governo, o que não permite que eles façam uma luta seria contra a empresa, ainda mais em um cenário eleitoral disputado onde uma grande greve pode queimar a imagem da Dilma. 

Foi estranho (para não dizer outra coisa) que não disseram nada sobre a criação da CorreiosPAR, a maior politica de privatização dos correios do ultimo período. Comentaram muito pouco sobre a questão das condições de trabalho e nada sobre a abertura do concurso. Focaram apenas na questão salarial como se essa fosse a única forma de ataque que esta utilizando. Uma greve que de fato atenda as reais necessidades dos ecetistas não pode lutar apenas por questões salariais. Não me parece que a direção da Sintect esta fazendo uma preparação  para uma greve que, como disse, atende as reais necessidades dos ecetistas e sim a preparação de uma greve curta como a do ano passado apenas para não ficar feio perante a categoria e assim se manter no sindicato e ao mesmo tempo sem se enfrentar de verdade com a empresa  e o governo.


Temos que ficar de olhos abertos. Para fazer a greve ser realmente forte e impedir as manobras dos burocratas que compõe a direção do Sintect temos chamar a todos à greve, mobilizar todos os delegados sindicais da base, organizar o máximo possível de ecetistas por agência, CDD, CTC e CEE, comparecer às assembleias, e exigir que a base tenha voz. Para além disso, as oposições devem largar sua postura de aparato aparecendo somente nas eleições, lagar sua competição mesquinha que impede qualquer tipo de unidade de ação e usar toda sua energia para mobilizar e construir a greve na base e fazer um chamado para um encontro de delegados e ativistas de oposição para disputar os rumos e a direção da greve.

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