Esta é uma greve
histórica. Com 105 dias, a mais longa das greves conseguiu dobrar a
intransigência do reitor que dizia que iria quebrar a dinâmica de sindicalismo
na universidade. Com um comando de greve democrático eleito nas reuniões de
unidade, a greve foi conduzida até aqui por centenas de ativistas que se
formaram verdadeiros quadros e dirigentes operários no processo, se fundindo
com a tradição combativa e democrática do SINTUSP. Aliada à combatividade e à
democracia da categoria em greve, se expressa também um importante avanço do
ponto de vista das demandas: a greve passou a defender não somente o reajuste,
mas a universidade pública e a saúde, na luta contra o PDV e a desvinculação
dos hospitais, e por mais verbas para a universidade e toda a educação, se
colocando inclusive a perspectiva de se aliar à população para defender o HU e
o HRAC.
Entretanto, é
necessário ressaltar que nossas conquistas ainda não estão garantidas. E
estamos entrando em mais uma semana decisiva para a greve. Na segunda-feira
teremos negociação com a Reitoria às 15h, na terça-feira negociação com o
CRUESP às 16h na rua Itapeva, na qual devemos construir um grande ato para mais
uma vez mostrarmos nossa força, e na quarta nova audiência de conciliação com o
TRT. A reitoria ainda não aceitou a proposta do TRT, de 2,57% em outubro e
2,57% em janeiro (incidindo sobre o 13°) com abono de 28,6% retroativo a partir
de maio, mantendo a database. Inclusive, na última ata do TRT, a questão da
compensação das horas de greve fica em aberto para ser negociada, ou seja, não
está descartado um cenário no qual tenhamos que pagar mais de 560 horas de
greve.
Deste ponto de
vista é fundamental concentrarmos nossos esforços nesta semana, conseguimos o
pagamento dos nossos salários mantendo e fortalecendo nossa mobilização depois
dos cortes, mas isso não nos dá ainda garantias do desfecho da greve onde é
fundamental garantir um acordo de nenhuma punição. Como já vínhamos dizendo, é
preciso acreditar somente em nossas próprias forças, sem ilusões na justiça ou
na própria Reitoria. Portanto, só mantendo nossa força e mobilização, nossa
organização, podemos garantir que o resultado seja o melhor possível para os
trabalhadores e a consigna desta forma manter a vanguarda organizada para os
futuros combates que já estão colocados.
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