O povo elegeu Lula e Dilma com grande expectativa de
mudança. Em anos de crescimento econômico, quem mais ganhou foram os
empresários e banqueiros. Foi por isso que milhões saíram às ruas em todo o
país em junho de 2013. Os governantes recuaram nos aumentos das passagens, mas
já estão aumentando novamente e ignoraram as demandas de serviços públicos de
qualidade. Seguimos sofrendo no transporte público, nas filas dos hospitais,
com racionamento de água, educação precária e os baixos salários (segundo um
órgão do governo, o DIEESE, o salário mínimo deveria ser R$ 2992,19). Enquanto
isso, o governo e os capitalistas só se preocupam com a Copa, reprimem o povo
pobre e negro nas periferias e morros, os políticos seguem roubando
descaradamente e 42% do orçamento público é destinado para grandes banqueiros
(através do pagamento da dívida interna e externa). A oposição burguesa,
encabeçada pelo PSDB (mas que agora lança também Eduardo Campos do PSB), faz
discurso contra o governo, mas não é nenhuma alternativa, ao contrário, são
representantes ainda mais diretos dos empresários.
Disseram que o gigante tinha
dormido depois que retrocederam as manifestações de junho. Mas o gigante mais
forte de todos, a nossa classe trabalhadora, que faz tudo nesse país se mover,
é quem está acordando. Quando houve as manifestações de junho de 2013, muitos
trabalhadores em todo o país quiseram lutar, mas foram impedidos pelas
burocracias sindicais. Centrais sindicais como CUT, UGT, CTB e Força Sindical
só querem saber de proteger os seus privilégios e o de seus parceiros nos
partidos do governo ou da oposição burguesa.
Mas
o número de greves não para de crescer ano a ano, a organização dos
trabalhadores pela base avança e surge uma nova militância de trabalhadores em
várias categorias, começando a fazer grandes greves e manifestações contra a
vontade dos burocratas sindicais, deixando os patrões e os governos de cabelo
em pé. O maior exemplo foi os garis do Rio de Janeiro, mas também foi o que
ocorreu em greves de garis de vários outros estados e principalmente no ABC
paulista. Rodoviários de Porto Alegre também fizeram uma grande luta.
Professores do Rio de Janeiro conseguiram no ano passado um apoio popular para
sua greve que não ocorria há décadas. Nesse momento, há uma onda de greves no
país que há anos não se via. Professores e servidores em vários estados. Garis
de várias cidades. Estaleiros de Niterói (RJ). E muitas outras categorias pelo
país. O ramo da metalurgia começa a organizar greves e outras medidas de luta
como operações tartaruga contra as demissões, o lay-off, as férias coletivas,
entre outros ataques. Infelizmente, ainda não como necessitamos para barrar os
ataques devido ao controle da burocracia sindical, que seguem nos dividindo e
fazem do 1º de maio um dia de festa e não de luta. Sofremos com os mesmos
problemas. Se unificamos as lutas teremos muito mais força.
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