quinta-feira, 8 de maio de 2014

Façamos como os garis do Rio de Janeiro



Com o salário defasado há anos e o sindicato controlado pela corja de pelegos da UGT, ninguém de fora poderia imaginar a força e a organização que ia surgir naquela categoria. Sabendo que não podiam esperar nada do sindicato, os garis já vinham se organizando nos locais de trabalho desde meados de 2013.

Quando os burocratas tentaram vender a categoria para a Prefeitura e a COMLURB, os trabalhadores já estavam preparados para impedir. Primeiro deflagraram a greve contra a vontade do sindicato e depois rejeitaram o vergonhoso acordo assinado pelo sindicato em 02/03, numa desesperada tentativa dos pelegos sufocarem a mobilização. O medo da mobilização era tanto que eles a desautorizaram publicamente, consentindo com todo tipo de repressão da empresa.


Os garis não se intimidaram, redobraram sua mobilização, fizeram piquetes e realizaram grandes atos para angariar o apoio da população para sua luta em pleno carnaval. Criaram sua própria comissão de negociação com a empresa, com representantes que eram trocados caso fossem contra a vontade da maioria. Não se intimidaram com a pressão da justiça que mandou voltar ao trabalho nem quando a companhia ameaçou demitir 300 funcionários grevistas, nem com as bravatas do governo e a desmoralização da grande mídia. Mantiveram a cabeça erguida, apoiaram-se uns nos outros e fizeram uma forte greve que atravessou o carnaval e durou 8 dias, contra tudo e contra todos. O resultado: maior aumento salarial das últimas décadas (37%), aumento na periculosidade, nenhuma demissão aos lutadores, entre outros avanços. Mas a principal conquista é a prova de que o trabalhador não deve ter qualquer confiança nos burocratas, nos governos e na justiça, mas sim confiar somente em suas próprias forças.

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