Com o salário defasado há anos e o sindicato
controlado pela corja de pelegos da UGT, ninguém de fora poderia imaginar a
força e a organização que ia surgir naquela categoria. Sabendo que não podiam
esperar nada do sindicato, os garis já vinham se organizando nos locais de trabalho
desde meados de 2013.
Quando os burocratas tentaram vender a categoria para a
Prefeitura e a COMLURB, os trabalhadores já estavam preparados para impedir.
Primeiro deflagraram a greve contra a vontade do sindicato e depois rejeitaram
o vergonhoso acordo assinado pelo sindicato em 02/03, numa desesperada
tentativa dos pelegos sufocarem a mobilização. O medo da mobilização era tanto
que eles a desautorizaram publicamente, consentindo com todo tipo de repressão
da empresa.
Os garis não se intimidaram, redobraram
sua mobilização, fizeram piquetes e realizaram grandes atos para angariar o
apoio da população para sua luta em pleno carnaval. Criaram sua própria
comissão de negociação com a empresa, com representantes que eram trocados caso
fossem contra a vontade da maioria. Não se intimidaram com a pressão da justiça
que mandou voltar ao trabalho nem quando a companhia ameaçou demitir 300
funcionários grevistas, nem com as bravatas do governo e a desmoralização da
grande mídia. Mantiveram a cabeça erguida, apoiaram-se uns nos outros e fizeram
uma forte greve que atravessou o carnaval e durou 8 dias, contra tudo e contra
todos. O resultado: maior aumento salarial das últimas décadas (37%), aumento
na periculosidade, nenhuma demissão aos lutadores, entre outros avanços. Mas a
principal conquista é a prova de que o trabalhador não deve ter qualquer
confiança nos burocratas, nos governos e na justiça, mas sim confiar somente em
suas próprias forças.
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