por
Bruno Rocha (Gilga), representante dos trabalhadores no Conselho Universitário
Está
ganhando cada vez mais peso a luta pelo “Fora Zago!”, conforme vai ficando cada
vez mais claro que ele é um inimigo da universidade! Mas o que queremos em seu
lugar? O vice, que está ao seu lado? Algum outro reitorável, ou membro da
burocracia universitária que o apoia? Um dos tantos diretores que não se
pronunciaram até agora contra tudo o que está acontecendo? Não! Também fica
cada vez mais claro que não se trata de um problema de “competência” para
administrar, nem de vontade individual, mas de um plano do governo apoiado por
toda a burocracia. Toda a estrutura de poder da USP, da reitoria e do Conselho
Universitário, até a hierarquia nos locais de trabalho, foi criada pela
ditadura militar, permanece intocada, e serve para manter esta ordem.
Na
semana passada, com a votação da desvinculação do HRAC, ficou claro, mais uma
vez, que o conselho universitário é completamente controlado e submisso ao
reitor, e formado por uma casta que defende seus próprios interesses, não os da
universidade. Segundo denúncia da ADUSP, um terço dos professores do C.O. é
proprietário ou dirigente de fundações privadas ou empresas terceirizadas que
lucram na USP! Ao mesmo tempo, o próprio “reitorado” é um cargo que concentra
quase todo o poder na universidade e não deveria existir.
É
preciso dissolver o C.O. e toda essa estrutura de poder, pra que estudantes,
trabalhadores e professores tomem nas mãos os rumos da universidade. Por isso a
única resposta para a democratização real da estrutura de poder é construir,
através da própria mobilização, uma Assembleia Estatuinte Livre e Soberana, ou seja, um espaço onde estudantes, trabalhadores
e professores possam debater e decidir. A greve dá sinais da força da nossa
organização e de como podemos controlar a universidade. A Estatuinte é a forma
de impor, através da mobilização, essa mesma democracia que exercemos na greve,
com estudantes, trabalhadores e professores discutindo, votando e decidindo,
com total liberdade e poder de deliberação, sobre os objetivos da universidade,
seu papel, o acesso a ela, e todos os demais temas fundamentais de seu
funcionamento.
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