“A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da
mulher pelo homem” Karl Marx
A mulher trabalhadora está sujeita, diariamente, a dupla
opressão. A opressão de gênero e a opressão de classe. Nascer mulher é nascer
com medo. O machismo e a misoginia da nossa sociedade se fundamentou-se na
visão da mulher portadora de todos os males, que deve ser dominado e submetido
pelo poder masculino, tal como a figura mitológica de Pandora ou Eva.
Inserida no mundo do trabalho, a mulher, como ser produtivo,
pode conseguir sua independência financeira. Mas hoje, os piores trabalhos e os
priores salários são os da mulher. A terceirização, faceta cruel da
precarização do trabalho, atinge principalmente às mulheres, sobretudo as
mulheres negras. Daí a luta da mulher trabalhadora por melhores salários,
condições de trabalho e direitos. Tal luta, neste sentido, não está dissociada
à luta da classe trabalhadora. Mas sua libertação definitiva depende do fim da
opressão à sua condição de mulher. Somos metade da força produtiva da nossa
sociedade, mas ainda somos tratadas, ora como objetos sexuais subservientes,
ora como bibelôs de frágil porcelana. Portanto, para que a classe trabalhadora
seja capaz de transformar a sociedade de fato, devemos, todos, homens e
mulheres, entender que, na luta de classes, não devemos permitir que a opressão
milenar às mulheres continue. É tarefa urgente acabar com o machismo, pedra
fundamental da sociedade burguesa.
Nesta greve histórica das trabalhadoras e dos trabalhadores
da USP, as mulheres estiveram na linha de frente, construindo os piquetes,
enfrentando a polícia, encabeçando discussões e organizando a luta. Mas mesmo
diante de tantos avanços na luta dos trabalhadores, ainda o machismo se mostrou
evidente.
Para organizar a luta das mulheres está marcada para TERÇA
FEIRA, 09/09, às 9h no SINTUSP a reunião da Secretaria de Mulheres estendida a
todas as trabalhadoras em greve. O levante da nossa consciência de mulher e
trabalhadora que somos se faz através de ações coletivas. Somente juntas
podemos lutar contra toda opressão.
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