Isabelle Gomes
de Moraes, petroleira no Rio de Janeiro
Depois de tantos escândalos
envolvendo a Petrobras, de ver que milhões e milhões foram desviados, a
pergunta que não quer calar na cabeça de muitos petroleiros é: “Porque a
empresa insiste em cortar custos operacionais, manutenção e serviços?”. A
operação Lava-Jato revela que o rombo financeiro da empresa está longe de ser o
desperdício operacional ou a ineficiência dos funcionários, mas está
intimamente ligado com políticos e funcionário de alto escalão corruptos.
Enquanto a Petrobras financia a
“governabilidade” petista, nós, petroleiros pagamos com as nossas vidas. Não é
de hoje que vemos os danos da terceirização e da precarização do trabalho. Com
funcionários terceirizados ganhando salário inferior, péssimos planos de saúde,
jornadas de trabalho exaustivas, instabilidade e maiores vítimas dos acidentes.
Essa crescente flexibilização das contratações enfraquece cada vez mais os
trabalhadores, que se veem filiados a sindicatos fantasmas, pulverizados em
diversas categorias e dificultando cada vez mais sua organização. A empresa se
aproveita triplamente, seja lucrando com a mão de obra barata, repassando o
lucro para o dono das empresas contratadas ou dividindo entre crachás verdes e
marrons.
O que salta aos olhos é que nos
últimos tempos, os serviços nunca estiveram tão ruins. São constantes as
denúncias de problemas na alimentação, no transporte (seja marítimo ou
terrestre), assim como as precárias condições de trabalho de marítimos,
motoristas, funcionários da cozinha e serviços em geral. O ataque é claro e sob
a pele de corte de custos (PROCOP), vemos nossas condições de trabalho e
infraestrutura irem piorando dia-a-dia, deixando claro que ocorre uma
privatização em forma de terceirização. Enquanto isso os contratos milionários
continuam trancados a sete chaves impedindo que todos nós sejamos fiscais.
Não podemos cruzar os braços diante
disso. Temos que nos organizar lado a lado com os terceirizados e superar a
divisão imposta pela empresa. Em cada local de trabalho, pressionar os
sindicatos e as CIPAs para que sejam verdadeiros instrumentos de denúncia e
luta dos trabalhadores. Hoje, pode ser apenas uma minhoca na alface, amanhã
pode ser a vida de um colega de trabalho.
Que todos os contratos sejam
públicos!
Que funcionários próprios e
terceirizados tenham os mesmos direitos e o mesmo sindicato!
Que todos funcionários
hierárquicos sejam eleitos e revogáveis!
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