Conheça e construa o Movimento Nossa Classe
O Movimento Nossa Classe é composto
por trabalhadores não só da nossa categoria, mas de muitas outras, lutando para
unificar os trabalhadores, independente dessas divisões. Na USP, somos parte da
diretoria do sindicato, e estamos atuando no CDB, nas CIPAS, e em várias unidades.
Temos conosco professores, metroviários, carteiros, bancários, trabalhadores
das industrias, em várias cidades, de São Paulo e outros estados. O Movimento
Nossa Classe sempre defendeu os direitos dos Trabalhadores juntamente com
outros movimentos, é um movimento dos explorados, contra todas as opressões, e
foi fundado inspirado na greve dos garis do RJ no ano passado, defendendo suas
lições, como a organização de base, a confiança nas próprias forças, a unidade
e solidariedade entre os trabalhadores, a aliança com a população e a luta
contra a repressão, que foram tão importantes na nossa greve. Acesse nosso
blog, nos procure, e venha conhecer e construir o Movimento Nossa Classe!

O Plano de
Incentivo a Demissão Voluntária, PIDV, se encerrou, e a reitoria pretende, nos
próximos 3 meses, fechar mais de 1400 postos de trabalho na universidade. É
menos do que o objetivo inicial da reitoria (2.800), ainda mais porque teve que
ser estendido a todos os funcionários, não só os mais antigos. Mesmo assim,
como já dizíamos, é um ataque enorme aos trabalhadores – aumentando a
sobrecarga, o adoecimento e os acidentes --
e à qualidade da educação e da universidade, com a precarização do seu
funcionamento.
E agora, muito
rapidamente, isso está ficando mais claro que nunca. Já nesse primeiro mês, na
SAS, onde há anos os trabalhadores adoecem e se acidentam por falta de
contratação suficiente, se anunciou o fechamento do restaurante da prefeitura
do Campus (e há boatos de que possam fechar outros), e a suspensão de todas as
matrículas deste ano nas creches! Ou seja, primeiro sucateiam para depois
fechar e terceirizar como fizeram com o restaurante da química que já foi
terceirizado e com parte das creches onde já se contrata por fundação, e o
caminho para outros setores da USP não será diferente.
Ao passo em que
encobre as denúncias de estupros e abusos contra as mulheres na Faculdade de
Medicina, a reitoria e o governo atacam primeiro os setores mais oprimidos,
como as crianças, e as mulheres, que mais precisam das creches, e são a maioria
das trabalhadoras da SAS e das terceirizadas, que começaram a sofrer com os
cortes e demissões desde o ano passado.
Além disso, na
prefeitura do Campus aumenta a terceirização dos serviços prestados, que agora
poderão ser contratados diretamente pelas unidades. A USP quer falar para todos
de sua excelência, mas não reconhece que se sustenta usando uma massa de mão de
obra escrava, que são os terceirizados. Enquanto isso, a Prefeitura tenta
convencer seus funcionários sobre a importância de um Campus Sustentável.
O Hospital
Universitário é outra unidade já muito afetada: já havia tempo de espera
enorme, e muita sobrecarga de trabalho, e com o PIDV alguns turnos de alguns
setores ficam quase sem funcionários. A creche será simplesmente fechada. E
mais de 20 trabalhadores que já tinham aposentadoria e aderiram ao PIDV foram
surpreendidos com a demissão sem indenização! Em uma reunião na semana passada
com os que aderiram ao PIDV, a reitoria foi questionada sobre a situação do
hospital, e disse que logo viriam funcionários contratados pela secretaria de
saúde. Querem implementar a desvinculação “por baixo”, sem precisar aprová-la.
No Centro de
Saúde Escola–Butantã já faltavam funcionários, e população já amargava filas
como a de 1.200 mulheres na espera de um simples exame Papanicolau, por falta
de funcionários, e agora estão prestes a assinar um convênio com a prefeitura
para entregá-lo para as “Organizações Sociais de Saúde” privadas (OSSs)!
Preparar já um plano de luta que unifique trabalhadores,
estudantes e professores para barrar o desmonte da universidade!
Com os ataques
se acelerando, precisamos acelerar também a nossa resposta. Não podemos esperar
até a data-base (maio) para começar a nos mobilizar, porque Zago e Alckmin
querem aproveitar o inicio do ano e o esvaziamento da universidade para impor
as medidas de desmonte da universidade que iniciaram no ano passado.
Está claro que
não há outra saída, nem meio termo: ou há reposição de todos os postos dos
trabalhadores demitidos pelo PIDV – e inclusive mais contratações onde já eram
necessárias -, ou a universidade vai ser desmontada. E a reitoria já deixou
muito claro que quer fechar esses postos, para “enxugar” a folha de pagamento,
com a desculpa da crise financeira, que quer jogar nas costas dos
trabalhadores.
Além da luta
pelas contratações, precisamos combater a terceirização, e a única forma de
fazer isso é com os trabalhadores terceirizados do nosso lado, defendendo seus
empregos, lutando por sua efetivação, sem necessidade de concurso público, pois
já provaram, trabalhando, que estão aptos ao trabalho.
Para garantir
essas medidas, é preciso continuar lutando por mais verbas públicas para a
universidade pública e para toda a educação ao mesmo tempo em que exigimos a
abertura de todas as contas da universidade.
Precisamos
partir do avanço em nossa organização que conquistamos com a greve de 118 dias
no ano passado e, com essas bandeiras, começar imediatamente a nos organizar a
partir de cada local de trabalho, com reuniões de unidade e construindo
paralisações e um forte plano de luta para barrar todas as medidas de desmonte
que Zago e Alckmin já estão implementando, e nos somar aos demais setores para
barrar os ajustes de Dilma. Os estudantes são os mais atingidos por algumas
dessas medidas, como o fechamento do restaurante, e o fechamento de vagas nas
creches, essenciais para a permanência das estudantes mães. Devemos construir
uma forte aliança entre trabalhadores e estudantes desde já. Assim começaremos
a construir um plano de luta unificado para defender nossas condições de
trabalho e a própria universidade!
“Novo” governo
Dilma: retiradas de direitos trabalhistas, cortes e demissões!
Durante as eleições a presidenta Dilma afirmava que não
mexeria nos direitos trabalhistas nem que a vaca tossisse. Pois a vaca tossiu e
foi pro brejo. Após a nomeação de Joaquim Levy, ex-diretor do Bradesco, para
ministro da fazenda, vieram as autoritárias medidas provisórias 664 e 665 que
atacam auxílio-doença; pensão por morte; abono salarial; seguro-desemprego
(Levy inclusive está dizendo que “seguro-desemprego está fora de moda”) e
seguro pescador. Ficam praticamente excluídos para os trabalhadores mais jovens
e mais precários, que ocupam a parcela de empregados que mais cresceu na década
petista, o trabalho rotativo.
ANTES
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AGORA
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SIGNIFICADO
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Para receber o Seguro Desemprego, o trabalhador deveria ter
uma carência mínima de 6 meses. Isto é, após 6 meses de emprego, com registro
em carteira, caso fosse dispensado sem justa causa, o trabalhador receberia o
benefício com determinado valor, calculado sobre os últimos salários.
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Pelo texto original das MPs, são necessários 18 meses de
trabalho, quando o auxílio for pedido pela primeira vez pelo trabalhador, na
segunda solicitação o tempo de trabalho necessário é de 12 meses, e na
terceira 6 meses (o governo indica um pequeno recuo, reduzindo a carência no
primeiro pedido de 18 para 12 meses, mas que ainda manteria o ataque fundamental
e retiraria esse direito de metade dos trabalhadores que o receberiam hoje)
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Para se ter uma ideia do que significarão na prática estes
ataques, em 2013, segundo cálculo do DIEESE, 43,4% da força de trabalho foi
mandada embora com menos de um ano de trabalho, ou seja, a intensa
rotatividade no trabalho deixaria parcela gigantesca de nossa classe sem o
seguro desemprego (em comparação com
as regras anteriores, 63% dos pedidos deixariam de ser atendidos com tempo
mínimo de 18 meses; 50% com tempo mínimo de 12 meses)
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O auxílio-doença consistia no pagamento de 91% do salário
do segurado, observado o teto salarial do INSS. Além disso, a empresa arcava
com o pagamento do respectivo valor durante 15 dias. Após este prazo, o valor
era custeado pelo INSS, que também era responsável pela perícia Médica
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Cabe a empresa custear o auxílio –doença por 30 dias.
Porém, a perícia médica não será mais feita pelo INSS, mas caberá à empresa
aceitar ou recusar o atestado médico fornecido pelo empregado.
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No caso de acidente de trabalho (que no Brasil estão em
torno de 750 mil por ano, apenas os registrados em Comunicado de Acidente de
Trabalho [CAT]) ou doença por decorrência do trabalho, a avaliação médica
fica a cargo da empresa e não mais do INSS. Isso significa que caberá à
responsável pelo adoecimento do trabalhador a decisão de afasta-lo do
trabalho e indeniza-lo.
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“Brasil, Pátria Educadora”:
Cortes também na educação
A presidenta abriu também um novo flanco de ataque: a
educação. São mais de 7 bilhões de reais retirados do orçamento da educação
(outros tantos da saúde e outros serviços públicos). Resultado disso se percebe
além do âmbito federal. O governo estadual fechou salas de aulas e, as que
ainda existem, estão agora super lotadas. Na USP não será diferente.
Demissões e Lay-off
O ano de 2015 já começou com a maior onda de demissões na
indústria em. O governo é cúmplice, e mesmo as centrais sindicais pelegas
defendem, ao invés das demissões, redução de salários e retirada de direitos,
fantasiados com o nome de “Programa de Proteção do Emprego”. A greve da Volks
de 11 dias reverteu 800 demissões, e aponta um caminho: demitiu, é greve!
Os trabalhadores
não pagarão pela crise!
Redução da jornada,
SEM redução de salário! Nenhuma demissão!
Não aos “ajustes”
do governo Dilma! Barrar as MPs 664 e 665!
Máfia dos transportes é coisa do
passado, a luta agora é transporte estatizado...
A tarifa de R$ 3,50 é um roubo, ainda mais se
considerarmos as precárias condições do transporte público, com linhas lotadas
e ônibus insuficientes por trajeto. O
que deveria ser um direito básico, é perversamente transformado num negócio
lucrativo. Esse aumento significa alimentar ainda mais a máfia das empresas dos
transportes, que seguindo a ordem capitalista só se preocupam com seu próprio
lucro, piorando as condições de vida dos que dependem desse meio de locomoção
para sobreviver. O Movimento Nossa Classe defende a estatização dos transportes
sem indenização para acabar com o lucro dos empresários.
...na mão do usuário não vai ter corrupção, controle
operário contra o lobby do patrão.
Além disso, sob controle dos trabalhadores do
transporte e usuários, é possível organizar itinerários, número de ônibus por
linha, horários para atender as necessidades da população, e garantir condições
dignas de trabalho. Também é possível acabar com o desvio de verbas, o
superfaturamento na compra ou reforma de ônibus e trens. Controlando a
organização e o destino da verba podemos fazer um plano de obras públicas para
ampliação do transporte. Lutar contra o aumento da passagem é parte da
luta dos trabalhadores para garantir seus direitos e de toda a população.
Desde já, devemos nos organizar nas unidades para
exigir que a USP, assim como todas as empresas, custeie todo o valor do vale
transporte; defender a reintegração dos metroviários que lutavam por seus
direitos; contra a ameaça de demissão dos cobradores de ônibus e pela
estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e
usuários. Levamos essas bandeiras aos atos.
Procure um integrante do movimento para saber como
participar e apoiar. Acompanhe essa e outras ações no blog.
O Colapso do Abastecimento Hídrico e a
necessidade de mobilização popular por uma saída real!
Hoje é certo de que não estamos sob uma
crise de falta de água, crise é quase sempre abrupta e temporária, estamos em
pleno colapso do abastecimento de água, falência, esgotamento, esfacelamento
dos recursos e a culpa não é da população e não é justo que essa seja mais uma
conta paga com nosso suor.
Dentre as diversas “soluções” propostas
pelos governantes, vemos que nenhuma reverterá o colapso das represas, não dará
conta dos impactos ambientais causados pela exploração de todos os recursos
naturais pelo capitalismo, não suprirá nossas necessidades, são medidas
desesperadas, mal planejadas, com intuito de cobrar de nós a responsabilidade.
Em 2013 as empresas que privatizaram a Sabesp tiveram um lucro de R$1,6 bilhão,
pagos por nós, e em 2014 tivemos a Copa e eleições onde houve o esforço
tremendo do governo aliado às mídias para não falarem sobre a então crise hídrica
já prevista há anos.
De toda a água tratada há uma perda de 40%
por tubulações defeituosas e sem reparo. A privatização da Sabesp foi
justificada principalmente pelo maior investimento de capital em ampliação das
redes de distribuição, tratamento e reparos, podemos ver isso claramente, não
é? Do que sobra, 70% vai para o agronegócio, quase 20% para as indústrias e nem
8% consumo doméstico. E agora a SABESP fala em um “rodízio drástico”, com 5
dias por semana sem água em nossas casas, para “resolver” o problema.
Nossa água alimenta indústrias que
enriquecem cada vez mais e nos exploram na mesma proporção com seus produtos
supervalorizados, alimenta também o mercado imobiliário com suas mega
construções que consomem muita água e depois geram lucros exorbitantes às
construtoras, essas dentre muitas outras coisas consomem muita água, água que
nos é essencial para viver, é justo que todas continuem enriquecendo com nosso
suor e agora nossa sede? E agora as industrias e comércios anunciam fechamentos
em São Paulo, gerando demissões e aumento dos preços!
Por isso temos que lutar pela estatização da Sabesp, sob
controle dos seus trabalhadores em aliança com a população, por políticas
públicas de modernização dos recursos tecnológicos e diminuição de desperdício
dos recursos naturais, que são usados para a obtenção de lucros em detrimento
das nossas necessidades. Temos que nos organizar em cada local de trabalho, e
também sair às ruas e como fizeram os estudantes e manifestantes em 2013. E
como medidas imediatas, exigir o confisco da água das grandes distribuidoras,
seus armazéns e revendedores, e distribuição nos bairros pobres; o
desabastecimento dos gastos de luxo das elites, como clubes privados, piscinas,
fontes, hotéis; a interrupção dos pagamentos de juros aos banqueiros e
subsídios aos empresários, destinando essas enormes verbas para obras públicas
que garantam novas fontes, e para a efetivação dos trabalhadores terceirizados
da SABESP e contratação de mais funcionários, e investimento em infraestrutura,
para acabar com os vazamentos e o desperdício; e a redução da jornada de
trabalho sem redução dos salários e sem nenhuma demissão nas empresas que
utilizam muita água para a produção.
Chega de alimentar com nosso suor e nossas
lágrimas esses parasitas de ternos, chega de nos privar de tudo e pagarmos por
todas as contas. Vamos às ruas e à luta pela água, pelos nossos direitos, pela
nossa vida e nossa saúde!